“Quando o cara é da rua, não tem o preparo técnico, ele tem a chance de ser muito mais único, muito mais brasileiro, do que aquele que recebe a escolinha e o treinamento parecidos com o modelo europeu, americano e australiano.”
(Dan Stulbach – Ator, diretor e apresentador)
Entender o futebol não significa apenas entender a técnica, os fundamentos, os gestos isolados, ou mesmo as táticas aplicadas ao jogo.
É preciso compreender que por trás do atleta há sempre um ser humano, sensível, emotivo, que chora, que ri, que sente dores e tem, enfim, necessidades biológicas, psicológicas, sociais e espirituais.
Acreditar que continuaremos produzindo espontaneamente os atletas talentosos – os camisas 10 – em quantidade como antigamente, é um erro estratégico para a manutenção da nossa hegemonia no cenário mundial da bola.
Foram se os tempos em que os campinhos improvisados nas ruas, várzeas e praias eram em maior número do que as escolinhas de futebol.
A maneira espontânea de se aprender a jogar bola foi substituída pela mecanização dos gestos e técnicas, criando-se barreiras e limitações para esse desenvolvimento.
Foi desse aprendizado natural e pouco sistematizado que ‘brotaram’ nossos craques e que mais tarde acabariam por fascinar o mundo com a nossa maneira artística, criativa e lúdica dentro das quatro linhas.
Cabem aos nossos professores e pedagogos, que acompanham a evolução e as tendências da Pedagogia do Esporte, uma sistematização deste processo, numa metodologia capaz de compreender a nossa essência, além das nuances do jogo e do ser humano.
Uma metodologia do genuíno futebol brasileiro.