O BINÔMIO VITÓRIA / DERROTA
O BINÔMIO VITÓRIA / DERROTA


No universo desportivo, o futebol enquadra-se no grupo dos Jogos desportivos colectivos. Este grupo abrangente onde se incluem várias modalidades, (andebol, basquetebol, râguebi…) que como o próprio nome indica são praticadas em equipa, possui como traços fundamentais as dinâmicas de oposição entre elementos de duas equipas, a relação de cooperação entre elementos da mesma equipa e, em última análise, a junção das duas anteriores num contexto aleatório. É esse carácter aleatório que confere ao jogo a incerteza, no fundo, a natureza imprevisível do resultado final que pode resultar, como sabemos, numa vitória, empate ou derrota.

 

O futebol exige então que os praticantes possuam capacidade de decisão ajustada às situações de jogo, tornando-se necessário utilizar uma gama de recursos motores específicos genericamente designados por técnica. Os factores de execução técnica são sempre determinados por um contexto táctico, sendo estas duas (técnica e táctica) indissociáveis e estando as habilidades técnicas sempre relacionadas com as leituras e escolhas feitas pelos jogadores. Considero, tal como refere Graça et al. em “O ensino dos jogos desportivos colectivos”, que a componente táctica é nuclear. Os restantes factores (técnicos, físicos e psicológicos) devem servir de base e sustento a níveis tácticos cada vez mais elevados e complexos. Assim, deve cultivar-se no jovem futebolista uma atitude táctica e de decisão constantes. O ensino do futebol é o ensino do jogo.

 

No futebol de formação, a importância dada à vitória deve ser relativa e adaptada ao escalão específico a que se refere. O pano de fundo na intervenção do treinador deve ser o desenvolvimento harmonioso e multilateral do atleta, motivando-o, ensinando-o e corrigindo-o à medida que este vai crescendo e progredindo dentro das suas potencialidades. A especificidade do trabalho e, também, a importância do resultado, vão aumentando à medida que se sobe na pirâmide desportiva, desde a base (onde se ensinam os FUNdamentos, através de uma abordagem mais lúdica) até ao topo (onde a selecção desportiva “aperta” e se começa a investir na especialização e aperfeiçoamento com vista ao rendimento).

 

Não quer dizer que ganhar não seja importante, muito pelo contrário, mas perder também pode ser produtivo, isto se a derrota for encarada com naturalidade e desta se consiga retirar aprendizagens que possam valorizar a formação dos jovens atletas. Não estou, obviamente, a referir-me ao escalão de juniores, onde a especificidade do trabalho e as próprias cargas de treino já se assemelham, em muito, ao escalão máximo (seniores), mas sim às idades mais tenras, onde se devem procurar e salientar os aspectos positivos de determinada derrota (querendo sempre ganhar).

 

Em última análise, em todos os escalões deve competir-se sempre para ganhar e os atletas devem ser educados nesse sentido. Por outro lado, a atitude perante a derrota é que tem de ser sensata e pensada, porque se queremos formar atletas a longo prazo não podemos exigir resultados imediatos. A criança deve gostar e usufruir do jogo aprendendo, ganhando e perdendo. Por fim deixo uma frase do Professor Doutor Júlio Garganta que ouvi no último seminário internacional de treino de jovens e que em poucas palavras reflecte bem esta questão: “Ganhar é importante mas mais importante que ganhar sempre, é jogar sempre para ganhar!”.

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